Dom Filipe da Silva, 50 anos, é o novo abade da Abadia de Nossa Senhora do Monserrate do Rio de Janeiro (Mosteiro de São Bento).
Presidida pelo abade-presidente da Congregação Beneditina do Brasil, de Salvador (BA), Dom Emanuel d’Able do Amaral, a celebração de entronização foi realizada na manhã de sábado, 1º de dezembro, na Igreja abacial do Mosteiro de São Bento.
Entre os presentes, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta (veja mensagem abaixo), o abade do Mosteiro de São Bento de Olinda (PE), Dom João Evangelista Kovas (sucessor de Dom Filipe), e o então prior administrador, Dom Henrique de Gouvêa Coelho, que governou o Mosteiro de São Bento no Rio, desde a sua vacância, em 7 de agosto de 2010.
Veja fotos (Gustavo de Oliveira)
De acordo com o rito, ao chegar na entrada da Igreja abacial, completamente lotada, Dom Filipe beijou o crucifixo e aspergiu água benta nos fiéis. Fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade. Recebeu a mitra, e, o báculo, como símbolo de governo; e foi cumprimentado pela comunidade monástica. A confirmação da posse aconteceu após a leitura do decreto de nomeação, como 87º na sucessão abacial, assinado no último dia 3 de novembro, pelo cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, com sede no Vaticano.
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De acordo com o rito, ao chegar na entrada da Igreja abacial, completamente lotada, Dom Filipe beijou o crucifixo e aspergiu água benta nos fiéis. Fez a profissão de fé e o juramento de fidelidade. Recebeu a mitra, e, o báculo, como símbolo de governo; e foi cumprimentado pela comunidade monástica. A confirmação da posse aconteceu após a leitura do decreto de nomeação, como 87º na sucessão abacial, assinado no último dia 3 de novembro, pelo cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, com sede no Vaticano.
Perfil
Nos últimos seis anos, desde o dia 22 de agosto de 2006, Dom Filipe exercia o oficio de abade do Mosteiro de São Bento, em Olinda, no Estado de Pernambuco, além de ser o primeiro assistente do abade presidente da Congregação Beneditina do Brasil.
Nascido em Rio Largo, Alagoas, a 5 de junho de 1962, foi batizado com o nome de José Cláudio da Silva. Técnico em agropecuária e formado em Ciências Sócias, ingressou em 1988 como postulante no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, emitindo os primeiros votos em 8 de dezembro de 1990.
Depois de formar-se em filosofia e teologia pela Escola Teológica da Congregação Beneditina do Brasil, foi ordenado sacerdote por Dom Clemente Isnard, bispo emérito de Nova Friburgo (RJ), no dia 27 de dezembro de 1997.
No Mosteiro do Rio de Janeiro, onde ingressou e viveu boa parte de sua vida monástica, Dom Filipe desempenhou diversas funções, como vice-mestre de noviços, capelão e professor do Colégio e da Faculdade de São Bento, hospedeiro, mestre dos professores trienais e, notadamente a de subprior (de fevereiro do ano 2000 até sua eleição como abade).
Saudação de Dom Orani ao novo Abade do Mosteiro de São Bento
Saudação de Dom Orani ao novo Abade do Mosteiro de São Bento
Rio de Janeiro, RJ, 01 de dezembro de 2012.
Posse canônica e entronização do Reverendíssimo Padre Dom Filipe da Silva como 87º Abade da Abadia de Nossa Senhora do Monserrate do Rio de Janeiro
Posse canônica e entronização do Reverendíssimo Padre Dom Filipe da Silva como 87º Abade da Abadia de Nossa Senhora do Monserrate do Rio de Janeiro
- Reverendo Abade Dom Filipe da Silva, OSB;
- Abade Presidente da Confederação Beneditina Dom Emanuel D´Able do Amaral, OSB e demais abades e abadessas.
- Ilustres Senhores agraciados com autoridades civis e militares e vós Sacerdotes, Monges e Religiosos aqui presentes, os oblatos desta abadia e todos os fiéis presentes.
- Abade Presidente da Confederação Beneditina Dom Emanuel D´Able do Amaral, OSB e demais abades e abadessas.
- Ilustres Senhores agraciados com autoridades civis e militares e vós Sacerdotes, Monges e Religiosos aqui presentes, os oblatos desta abadia e todos os fiéis presentes.
Que saudação vos dirigiremos senão aquela habitual à piedade cristã, aquela que parece ser sua expressão mais verdadeira e mais familiar: “Pax huic domui, et omnibus habitantibus in ea” – paz a esta casa e a todos que nela se encontram.
Para mim é um momento muito especial. A recordação da missão do Abade que tive o dom de exercer em minha Abadia de origem vem a tona nesta manhã. Vivemos o ano da Fé. Estamos iniciando nesta tarde um novo ano litúrgico. Os jovens do mundo se preparam para vir ao Rio de Janeiro para a JMJ no próximo mês de Julho. A Igreja busca caminhos para uma nova evangelização neste tempo de tantas mudanças e transformações. Hoje nos reunimos para a posse do novo Pai da comunidade monástica deste mosteiro. Em Ação de Graças a comunidade monástica, juntamente com todos nós agradecemos a Deus pelo início do ministério paternal do novo Abade Dom Filipe. E a nossa arquidiocese pela minha presença neste momento une-se a todos os monges para agradecer e pedir a Deus por este início de missão abacial de D. Filipe.
Dom Filipe, assume hoje o governo da Abadia de Nossa Senhora do Monteserrat, como seu 87º abade, que segundo São Bento, o Patriarca dos monges do Ocidente, exerce o ministério paternal do rebanho que se constitui de homens que buscam verdadeiramente à Deus. O abade, segundo a Regra possui a paternidade "pneumática". O abade é a pedra fundamental da comunidade monástica, pois “faz as vezes de Cristo no mosteiro”, é o Pastor desta porção da grei de Cristo e por isto, seu encargo é serviço à comunidade que o tem como “Pai”. A Regra de São Bento coloca um abade à cabeça de cada mosteiro. A Regra de São Bento prevê a sua eleição pela comunidade, à cabeça da qual será colocado. O abade, segundo São Bento, deverá amar os seus monges como seus filhos e fazer-se amar por eles.
A paternidade espiritual está presente de começo ao fim da Regra de São Bento. Para percebê-lo, contudo, é necessário buscar a "paternidade espiritual" tal como era concebida no Novo Testamento e na tradição cenobítica primitiva. Bento sublinha em absoluto primeiro lugar, a paternidade de Deus. Mostra, em seguida, como ela se exprime na vida da comunidade, em particular pelo exercício do serviço abacial, mas também através de todos os colaboradores do Abade e mesmo na obediência mútua que os monges são chamados a praticar.
Todo o Prólogo da Regra fala da paternidade de Deus. São Bento pede ao discípulo de aceitar de bom grado os "conselhos de um pai afetuoso" (admonitionem pii patris) e afirma que sua Regra se dirige a quem quer que queira voltar, pelo labor da obediência àquele, do qual se separara pela desídia da desobediência. O Senhor, com efeito, nos deseja ensinar o temor do Senhor (Venite, filii, audite me: timorem Domini docebo vos) e nos traçar o caminho da vida.
Logo após este Prólogo, no Capítulo 1, São Bento define o que é um cenobita. É aquele que vive numa comunidade, sob uma regra e um abade. São três os elementos essenciais da vida cenobítica, e a ordem na qual são enumerados é fundamental. Acha-se esta mesma ordem na promessa que faz o noviço após ter-se-lhe lido a Regra. Deve ele prometer: a) stabilitas in communitate; b) conversatio (vida segundo a Regra); c) obedientia.
Não é senão após ter bem estabelecido este quadro geral que Bento fala do exercício da paternidade espiritual no seio da comunidade. E, seguramente, fala em primeiro lugar da missão que o abade tem de encarnar e de exercer a paternidade de Deus com relação aos seus irmãos. E é por isto que é chamado de "abbas". Que consequências tira Bento? Primeiramente, que o abade deve ensinar. Deve ensinar os mandamentos e os preceitos do Senhor por suas palavras e principalmente, por seu exemplo e, evidentemente, nada ensinar que não seja conforme ao preceito do Senhor. Sendo, com efeito, responsável, no dia do Juízo, pela sua doutrina e pela obediência dos irmãos.
Caro Dom Filipe, nossas orações pela sua missão agora assumida nesta importante Abadia em nossa Arquidiocese para que encarnando o amor do Pai e do Cristo por todos, mostrando a todos os irmãos deste mosteiro uma mesma afeição possa conduzi-los gradualmente a uma mais perfeita conformidade à imagem do Cristo.
Esta Abadia tem um lugar importante na história do Brasil e, em especial, desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Nossa Arquidiocese se alegra com o sinal que ele é para toda esta sociedade. Necessitamos – e muito – deste testemunho de vida de oração e trabalho em um ambiente de paz, alicerçado na lectio divina, que refulja como uma luz para todos os quadrantes destas terras. Vossa Paternidade que já conhece esta comunidade monástica e tem já experiência da missão abacial, com certeza, terá aqui um povo que, unido aos monges, intercederá sempre pela sua missão.
Dom Filipe e monges deste mosteiro: desejo a todos as benções celestes para que possam realizar aqui de modo sublime o que nosso Pai São Bento tanto desejou: uma vida centrada em Cristo, no amor aos irmãos pela observância da primazia de Deus, que se manifesta no amor concreto. Dom Filipe desejo e rogo a Deus para que sua paternidade seja profícua e revele o amor paternal e misericordioso de Deus.
Evoco a intercessão da Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora do Montserrat sobre seu ministério abacial. E que todo o seu ministério abacial seja para a maior glória de Deus. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ
Para mim é um momento muito especial. A recordação da missão do Abade que tive o dom de exercer em minha Abadia de origem vem a tona nesta manhã. Vivemos o ano da Fé. Estamos iniciando nesta tarde um novo ano litúrgico. Os jovens do mundo se preparam para vir ao Rio de Janeiro para a JMJ no próximo mês de Julho. A Igreja busca caminhos para uma nova evangelização neste tempo de tantas mudanças e transformações. Hoje nos reunimos para a posse do novo Pai da comunidade monástica deste mosteiro. Em Ação de Graças a comunidade monástica, juntamente com todos nós agradecemos a Deus pelo início do ministério paternal do novo Abade Dom Filipe. E a nossa arquidiocese pela minha presença neste momento une-se a todos os monges para agradecer e pedir a Deus por este início de missão abacial de D. Filipe.
Dom Filipe, assume hoje o governo da Abadia de Nossa Senhora do Monteserrat, como seu 87º abade, que segundo São Bento, o Patriarca dos monges do Ocidente, exerce o ministério paternal do rebanho que se constitui de homens que buscam verdadeiramente à Deus. O abade, segundo a Regra possui a paternidade "pneumática". O abade é a pedra fundamental da comunidade monástica, pois “faz as vezes de Cristo no mosteiro”, é o Pastor desta porção da grei de Cristo e por isto, seu encargo é serviço à comunidade que o tem como “Pai”. A Regra de São Bento coloca um abade à cabeça de cada mosteiro. A Regra de São Bento prevê a sua eleição pela comunidade, à cabeça da qual será colocado. O abade, segundo São Bento, deverá amar os seus monges como seus filhos e fazer-se amar por eles.
A paternidade espiritual está presente de começo ao fim da Regra de São Bento. Para percebê-lo, contudo, é necessário buscar a "paternidade espiritual" tal como era concebida no Novo Testamento e na tradição cenobítica primitiva. Bento sublinha em absoluto primeiro lugar, a paternidade de Deus. Mostra, em seguida, como ela se exprime na vida da comunidade, em particular pelo exercício do serviço abacial, mas também através de todos os colaboradores do Abade e mesmo na obediência mútua que os monges são chamados a praticar.
Todo o Prólogo da Regra fala da paternidade de Deus. São Bento pede ao discípulo de aceitar de bom grado os "conselhos de um pai afetuoso" (admonitionem pii patris) e afirma que sua Regra se dirige a quem quer que queira voltar, pelo labor da obediência àquele, do qual se separara pela desídia da desobediência. O Senhor, com efeito, nos deseja ensinar o temor do Senhor (Venite, filii, audite me: timorem Domini docebo vos) e nos traçar o caminho da vida.
Logo após este Prólogo, no Capítulo 1, São Bento define o que é um cenobita. É aquele que vive numa comunidade, sob uma regra e um abade. São três os elementos essenciais da vida cenobítica, e a ordem na qual são enumerados é fundamental. Acha-se esta mesma ordem na promessa que faz o noviço após ter-se-lhe lido a Regra. Deve ele prometer: a) stabilitas in communitate; b) conversatio (vida segundo a Regra); c) obedientia.
Não é senão após ter bem estabelecido este quadro geral que Bento fala do exercício da paternidade espiritual no seio da comunidade. E, seguramente, fala em primeiro lugar da missão que o abade tem de encarnar e de exercer a paternidade de Deus com relação aos seus irmãos. E é por isto que é chamado de "abbas". Que consequências tira Bento? Primeiramente, que o abade deve ensinar. Deve ensinar os mandamentos e os preceitos do Senhor por suas palavras e principalmente, por seu exemplo e, evidentemente, nada ensinar que não seja conforme ao preceito do Senhor. Sendo, com efeito, responsável, no dia do Juízo, pela sua doutrina e pela obediência dos irmãos.
Caro Dom Filipe, nossas orações pela sua missão agora assumida nesta importante Abadia em nossa Arquidiocese para que encarnando o amor do Pai e do Cristo por todos, mostrando a todos os irmãos deste mosteiro uma mesma afeição possa conduzi-los gradualmente a uma mais perfeita conformidade à imagem do Cristo.
Esta Abadia tem um lugar importante na história do Brasil e, em especial, desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Nossa Arquidiocese se alegra com o sinal que ele é para toda esta sociedade. Necessitamos – e muito – deste testemunho de vida de oração e trabalho em um ambiente de paz, alicerçado na lectio divina, que refulja como uma luz para todos os quadrantes destas terras. Vossa Paternidade que já conhece esta comunidade monástica e tem já experiência da missão abacial, com certeza, terá aqui um povo que, unido aos monges, intercederá sempre pela sua missão.
Dom Filipe e monges deste mosteiro: desejo a todos as benções celestes para que possam realizar aqui de modo sublime o que nosso Pai São Bento tanto desejou: uma vida centrada em Cristo, no amor aos irmãos pela observância da primazia de Deus, que se manifesta no amor concreto. Dom Filipe desejo e rogo a Deus para que sua paternidade seja profícua e revele o amor paternal e misericordioso de Deus.
Evoco a intercessão da Virgem Maria sob o título de Nossa Senhora do Montserrat sobre seu ministério abacial. E que todo o seu ministério abacial seja para a maior glória de Deus. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ
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