A
INTERIORIDADE HOJE: UM VALOR EM CRISE?
1. Introdução
Recente notícia divulgada no meio virtual fez
a seguinte projeção: no mais tardar, em cinco décadas, o mundo, globalmente
considerado, chegará quase que completamente ao ateísmo ou ao indiferentismo religioso.
Existe algum equívoco nesta informação. São
fatos atuais um crescimento do Islamismo e um novo olhar para o Budismo; um
inegável aumento dos evangélicos; um vivo interesse por exercícios de
concentração e filosofias das mais variadas, em troca da religião tradicional;
triplicou o turismo religioso, etc.
Como quer que seja, a notícia provoca um
questionamento. Será que o homem do nosso tempo está abdicando do necessário
cuidado da vida interior através da
Religião? Logo hoje, onde mais do que outrora, ele preocupa-se com sua
aparência e sua alimentação saudável, com o meio ambiente e a ecologia? Por que
está renunciando ao cuidado da alma e da vida interior?
Na verdade, a flutuação na procura religiosa
hoje e o crescente indiferentismo, como decorrência da maneira subjetiva de
como o nosso tempo se relaciona com o sagrado, aponta ainda para outra
realidade. Há uma grande inquietação no interior do homem que tem dentro de si
um vazio do tamanho de Deus – vazio cada vez mais preenchido por muitas pessoas,
coisas, entretenimento, e cada vez menos por Deus!
Estará em crise a interioridade? Sim, a vida
espiritual passa por uma crise, inclusive na vida da Igreja e na vida religiosa
consagrada, por está sendo cultivada em perspectiva mais humana e natural do
que sobrenatural.
Ademais, a vida interior que já foi sinônimo
de vida espiritual, hoje tende a ser vista ou vivida de modo mais exterior,
para fora. Assim como o universo, depois da explosão inicial, nós também
estamos em fase de expansão e de afastamento do centro.
Estamos constantemente de saída para o exterior, o visível e o múltiplo
através das cinco portas que são os nossos sentidos. Esta saída pode ser, pelas exigências mesmas da vida pós-moderna, a causa básica da crise espiritual que vive o
homem de hoje.
Daí a necessidade de, sob o olhar de Deus e
assistidos pelo Espírito Santo – vida espiritual, significa vida animada pelo
Espírito – retornamos ao silêncio e ao recolhimento, para assim chegarmos ao secreto
do coração. É preciso, no dizer de Santo Agostinho, voltar ao coração: “Voltai ao coração, reentrai em vosso
coração! Para onde quereis ir distantes de vós
mesmos? Por que vos colocais em estradas desertas? Deixai este caminho que vos
conduz fora do rumo, voltai ao Senhor! Primeiro entra em teu coração, tu que te
tornastes estranho a ti mesmo por tanto vaguear, porque aí se encontra a imagem
de Deus” (In Ioh. Ev. 18,10).
Como se vê, Santo
Agostinho fala de uma vida fora de nós. É através do cultivo da interioridade
que voltaremos ao centro da vida cristã, a Pessoa de Jesus Cristo – cristão vem
de Cristo – ou nunca sairemos dele. Só no exterior, em estradas desertas e fora
do rumo, correremos o perigo mostrado por Jesus: “Com efeito, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se ele se
perder ou arruinar a si mesmo?” (Lc 9,25).
Nas linhas
seguintes refletiremos sobre a interioridade hoje. Após a apreciação de alguns
breves aspectos do nosso tempo e do tempo após o Concílio do Vaticano II,
olharemos para o exercício da mesma a partir de Jesus, da Tradição e dos
Santos.
2. O nosso tempo
O mundo atual apresenta várias características
novas, sobretudo depois da II Grande Guerra (1914), que desde então passaram a
influenciar e a alterar sobremaneira a vida e as relações humanas em geral.
Proféticas as palavras do Papa Bento XV
(1914-1922), ao então Abade Primaz da nossa Ordem Beneditina, Dom Fidelis von
Stotzingen, quando do início da II Guerra Mundial:“Com a guerra que acaba de
iniciar-se está começando um tempo novo. O mundo em que nascemos está por
terminar. Virá um novo e total reacerto político, econômico, filosófico; uma
ruptura análoga à da época de São Bento, quando da ruína do mundo antigo nasceu
a Idade Média cristã” (Cf. Benedictina 1,1947,5).
O Papa estava certo, pois o reacerto
aconteceu. Diz o Documento de Aparecida que a mudança pela qual passa o mundo é
mais profunda do que possa parecer, está atingindo mesmo o âmago da atual
civilização. Afirma que nesta “mudança de época e de civilização, se
dissolvem a concepção integral do ser humano, sua relação com Deus e com o
mundo. Está em curso a gestação de uma nova civilização, com características
novas, que comportam aspectos positivos e também outros aspectos que desafiam
os vários campos da vida (nº 63 s).
Além do racionalismo, do ceticismo, do
ateísmo, do subjetivismo e do agora crescente indiferentismo, são percebidas as
marcas do novo tempo. O imediatismo, que fragiliza a capacidade da sociedade em
esperar o desenrolar natural da vida e dos acontecimentos – tudo tem que ser logo!
A globalização, processo centrado no econômico que afeta o mundo todo, no qual
aparece o domínio da ciência e da tecnologia, criando aspirações nem sempre
necessárias e incentivando o consumismo. A abundância da informação cada vez
mais ao alcance de todos, sobretudo pela internet. Esta, nem sempre confiável,
pode prejudicar a capacidade de reflexão e o espírito crítico; cresceu a
informação, não a formação.
É notório que tal contexto vem influenciando os
vários domínios da nossa civilização, também o âmbito religioso, sobretudo na
procura espiritual e na relação com o sagrado. É fato concreto no âmbito
vocacional: os jovens que procuram os seminários e as casas religiosas hoje,
chegam com sinais deste novo tempo, sinais que precisam passar por uma conversão,
a fim de que sejam vividos com fruto na nova vida.
3. O tempo pós conciliar
Sabemos que ganhou vida e caminho
a idéia Conciliar de uma Igreja para o mundo.
Este princípio, direta ou indiretamente, ocasionou uma série de
situações, boas e delicadas, que ainda hoje oferecem desafios ao caminhar da
Igreja.
Tal
princípio de uma Igreja para o mundo
fez que, às vezes, o ideal antigo de ‘fuga do mundo’ fosse substituído pelo
ideal de ‘fuga para o mundo’.
Houve ainda quem justificasse teologicamente uma nova orientação que
tomou o nome de ‘teologia da morte de Deus’, assim apresentando-se: Deus mesmo
nos deu o exemplo; encarnando-se Ele se esvaziou, saiu de si mesmo, da
interioridade trinitária; Ele mundanizou- se, dispersou-se no profano,
tornou-se um Deus fora de si.
Outro aspecto foi priorizar em demasia a urgência pelo social. Claro que
tal preocupação é um valor positivo do nosso tempo, mas se não for
reequilibrado, pode acentuar a projeção para o exterior e para a
despersonalização do homem. Não podemos esquecer que o homem interior e o
interior do homem têm necessidade de libertação e alimento espiritual, sem os
quais ele pode perecer e sucumbir.
Há ainda um fato muito sutil. O papel da interioridade cristã tem sido
assumido pela Psicologia e pela Psicanálise. Não podemos negar que elas são
importantes e por vezes necessárias como ferramentas de apoio à vida religiosa.
Contudo, se limitar a vida da alma ao inconsciente do homem e à sua
subjetividade, prescindindo de sua íntima ligação com Deus, elas poderão
ocasionar mais confusão do que solução para o interior.
Por fim, continua viva a procura por filosofias religiosas e métodos de
meditação orientais com o objetivo de chegar ao fundo da alma, levando ao que
chamam de introversão. Não fica claro se este fundo da alma pertence à
realidade de Deus ou à do eu, e assim o conteúdo da interioridade cristã fica
reduzido a uma espécie de técnica de concentração e meditação, mais do que a um
encontro com Cristo vivo no coração.
4. Refletindo
O acima exposto leva-nos a constatação de que os acontecimentos depois da
II Grande Guerra e do Concílio Vaticano II, influenciaram no caminho e no
exercício da espiritualidade, levando o homem a encontrar mais a si mesmo do
que a Deus.
O que fazer? É urgente voltar a
falar de interioridade, redescobrir seu gosto, retomá-la a partir da Palavra de
Deus e da Tradição, e à sua luz, reencontrar o elemento vital que o correr dos
anos foi abolindo. A nossa vida e o nosso tempo, a vida da Igreja e a religiosa
em geral, têm necessidade de uma primavera espiritual que nos leve a uma nova
floração na vida interior.
Fácil constatar que vivemos numa civilização toda projetada para o
exterior, para fora! O homem envia suas sondas até a periferia do sistema solar
e ignora aquilo que está em seu próprio coração. Hoje não se consegue
viver, trabalhar, estudar, caminhar, (rezar?), sem ruído de vozes ou de música
ao redor – há uma espécie de medo do silêncio que leva ao atordoamento.
Vale lembrar que a Filosofia propaga a necessidade do cultivo da
interioridade. Platão e seu discípulo Plotino falam do valor do recolhimento. O
primeiro convida-nos a recolher-nos em nós mesmos, concentrar-nos,
afastando-nos da dispersão do mundo e do nosso próprio corpo (Fédon, 67 c; 83
a). O segundo, Plotino, tomando e desenvolvendo o programa do mestre, fala no
Tratado sobre o Bem e o Uno, de um “entrar
silenciosamente no isolamento e num estado que já não conhece perturbações,
entrar no interior, nos íntimos recônditos de si mesmo” (Enéadas, IX, 9,
9). Que sutis intuições da interioridade saídas da pena de dois pagãos!
5. Jesus: nosso modelo de vida interior!
Contudo, não é a Filosofia grega ou a de
qualquer tempo, que nos apresenta o caminho da interioridade ideal, mas, sim, o
próprio Jesus. Foi justamente seu desejo renovar a religiosidade judaica,
muitas vezes encerrada em ritualismos e legalismos, centrando-a num
relacionamento íntimo e vital com Deus.
Jesus, antes de sair ao encontro de todos e
de tudo, se recolhia para ficar com o Pai. Impressiona o quanto Ele rezava (Lc 1,49; 2,19; 2,51; 3,21; 6,12; 9,28;
22,41-44); recolhia-se para rezar, inclusive de madrugada (Mc 1,35; 6,46; Lc
5,16); como também ensinou a rezar (Lc 11,1), e ainda recomendou o ideal da
oração contínua (Lc 18,1).
Homem de vida profundamente interior, Jesus não se cansa de chamar de volta para o
segredo do coração, lugar onde se opera o verdadeiro contato com Deus e com sua
vontade, contato do qual depende o valor de qualquer ação: “Quando orardes entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu
Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará” (Mt
6,6). Percebe-se o quanto Ele mesmo cultivava esta realidade para manter-se unido
ao Pai.
6. Jesus, a Tradição e os Santos
A Tradição, refletida em muitos Padres e
Santos da nossa Igreja, soube beber na fonte apresentada por Jesus. Ela, a
Tradição, acentuou com extraordinária lucidez, que reentrando em si mesmo o
homem encontra Deus e não um deus genérico e impessoal, mas o Deus revelado em
Cristo. Não encontra o espírito, mas o Espírito Santo.
Esta última revelação é profunda e decisiva,
pois sem a ação do Espírito em nós, qualquer procura espiritual ou vivência
interior, certamente levará o homem ao encontro de si mesmo, e não ao Deus que
o criou. Encontrará a um deus por ele criado para preencher suas necessidades
religiosas pessoais. Isto é muito sério para a vida espiritual!
Não se podemos construir e exercitar uma vida
interior dialogando com um deus por nós criado. Cedo ou tarde o equívoco será
traduzido em desânimo, falsas piedades, ativismo espiritual, sacerdócio
estéril, abandonos. Ora, como é possível obter respostas ou consolações para as
inquietações do coração e da alma, de um deus que criamos?
Nesta perspectiva, os Padres e os Santos têm
muito a nos ensinar.
Santo
Ambrósio, ao comentar o texto de Mt
6,6, onde Jesus convida a entrar no próprio quarto e fechar as portas para
rezar ao Pai, disse: “Este quarto não é
só o quarto cercado de paredes; é também o quarto que está em ti mesmo, no qual
se fecham os teus pensamentos e no qual habitam os teus afetos” (De Caim et
Abel, 1,9).
Santo
Agostinho, por sua vez, exorta num
texto já mencionado “Na interioridade do
homem habita Cristo” (In Ioh. Ev. 18,10). Ora, esse pensamento não vem de
Plotino, mas de São Paulo, que tinha falado de Cristo que habita pela fé em
nossos corações (cf. Ef 3,17). Quando chegamos ao centro, ao coração,
encontramos não um ponto, não uma unidade impessoal, mas um ‘tu’: Jesus Cristo!
Da interioridade pagã a cristã o salto é infinito. O homem, voltando a si
mesmo, não encontra só a si mesmo, o seu eu, mas encontra o Outro por
excelência, Deus, razão de sua existência.
Nosso
pai São Bento fugiu da exterioridade e se refugiou na gruta de Subiaco
para aí habitar consigo mesmo sob o olhar de Deus. A partir do seu encontro
pessoal com o Senhor, surgiram seus mosteiros como grutas espalhadas pelo mundo
inteiro apontando para o caminho da atenção a Deus. A vida monástica não tem
outro fim, a não ser dar atenção a Deus, nada antepondo ao amor de Cristo!
Ele
chama de “Arte Espiritual” o seu programa de vida monástica, ou seja, arte de crescimento no Espírito.
Esta arte recorre a instrumentos múltiplos enunciados no decorrer do capítulo
4º, instrumentos que hão de ser aplicados “incessantemente, dia e noite, e devolvidos no dia do juízo” (RB 4,75). Por conseguinte, nosso pai
designa seu discípulo como operário perito em arte espiritual,
experimentado na vida interior.
Sua Regra é um
convite à vida interior (Prol; 4,20; 4,55; 4,56; 19; 20; 52). Impressiona no
cap.48, sobre o trabalho manual cotidiano, ele mencionar sete vezes (versículos
1.4.10.13.14.17.22), a necessidade da leitura espiritual, a Lectio Divina, como
meio de interiorizar a Palavra de Deus e cultivar a vida espiritual.
Ao mesmo tempo
em que a nossa civilização suspeita da Igreja e da religião institucionalizada,
talvez não muito dos mosteiros. Existe ainda certa confiança em que nos
mosteiros se pode descobrir e contemplar o mistério de Deus. Esta confiança aumenta
em nós, filhos e filhas de São Bento, a responsabilidade de fazermos de nossos
mosteiros lugares de vida interior, espaços onde Deus e seu Filho Jesus Cristo
possam ser percebidos em cada um de nós, em nossos rostos, em nossas vidas, no
nosso agir. Sim, “uma Comunidade religiosa deve ser mais do que
um lugar onde fazemos nossas refeições, recitamos algumas orações e voltamos
todas as noites para dormir. Deve ser um lugar de ressurreição onde nos
ajudamos a nos fazer novos” (Timothy
Radcliffe).
Ao enviar seus frades pelo mundo, São
Francisco de Assis assim falava: “Nós
levamos sempre conosco um eremitério para onde quer que vamos, e toda a vez que
o quisermos podemos, como eremitas, recolher-nos nesse eremitério. O irmão
corpo é o eremitério e a alma o eremita que ali vive para suplicar a Deus e
meditar” (Leg. Perug. FF 1,636). Mostra-nos, deste modo, a antiga idéia da
cela interior que cada um traz consigo mesmo, na qual é sempre possível
retirar-se em pensamento para reatar o contato vivo com a Verdade que habita em
nós.
Duas Carmelitas falam com muita propriedade
deste encontro com Deus no interior. No seu Castelo
Interior, um dos melhores frutos da doutrina cristã sobre a interioridade, Santa Teresa d’Avila concebe a alma
como um castelo de sete andares. Estes são os graus de consciência pelos quais
temos de passar, através da introspecção, até chegarmos ao centro, onde se dá a
plenitude do encontro com o Amado da alma.
Foi o que aconteceu com Santo Agostinho: “Tu
estavas dentro de mim e eu fora de ti, e te procurava aqui em baixo,
atirando-me infame sobre essas formas de beleza que são tuas criaturas” (Conf., X, 27). Quantos deveriam repetir essa
amarga confissão: ‘Tu estavas dentro de
mim, mas eu estava fora’, prisioneiro
do ‘Castelo Exterior’, onde é
possível, e hoje constatamos que sim, alguém fechar-se nele, fechar-se fora de
casa e de si mesmo, incapaz de entrar, refém da exterioridade.
A bem-aventurada Elisabete da Trindade
revela com estas palavras de excepcional simplicidade seu encontro com o
Senhor: “Encontrei o paraíso na terra,
porque o paraíso é Deus e Deus está no meu coração. Deus em mim e eu nele” (Lettera 107, a madame de Sourdon).
Sugestivas as palavras do Papa Paulo VI,
aos 24/10/1964, após a cerimônia da
consagração da Igreja de Montecassino: “Hoje estamos vivendo num mundo que parece tomado por uma febre que se
infiltra até no santuário e na solidão. As pessoas não conseguem recolher-se. Hoje a excitação, o barulho, a ansiedade, a
exterioridade, a multidão, ameaçam a interioridade do homem; falta-lhe o silêncio,
a ordem, a oração, a paz, falta-lhe ele mesmo. São Bento volte para ajudar-nos
a recuperar a vida pessoal, da qual hoje temos desejo, e que o progresso
da vida moderna frustra enquanto o torna consciente”. Não é demais lembrar que o hoje do
Papa tem quase 50 anos!
7. Consideração final
A interioridade é o caminho para uma vida cristã autêntica. A história do
filho pródigo (Lc 15,17) ilustra como é importante entrar em si mesmo. Reviu
sua vida, preparou as palavras que haveria de dizer e pôs-se a caminho rumo à
casa paterna. Sua conversão realizou-se antes de ele se levantar, no momento em
que “entrou em si mesmo”. A conversão
exterior foi precedida pela interior e recebeu desta o seu valor. Quanta
fecundidade neste ‘entrar em si mesmo!’
Para que a interioridade seja realidade em nossa jornada precisamos mais
do que recolhimento, introspecção, concentração. É necessário deixar-nos guiar
pelos dons do Espírito Santo. Estes passaram a habitar nossas almas a partir do
nosso Batismo, dons plenificados no Sacramento da Confirmação, em vista da
nossa santificação.
Portadores,
pois, do Espírito Santo e seus dons, que ajudam em nosso crescimento e progresso
espiritual, somos convidados a viver segundo o Espírito que habita em nós (1Cor 12,3b-7.12-13). Conhecemos os seus frutos: “amor, alegria, paz,
longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gl 5,22-26), frutos que brotam da árvore da vida interior,
quando nutrida pelo mesmo Espírito. Deixemo-lo guiar nossa vivência interior,
para assim conduzir nossa santificação, ocasionar os momentos de adoração a
Deus e possibilitar o crescimento de Jesus dentro de nós. Foi este o desejo de João Batista: “É preciso que Ele cresça e eu diminua”
(Jo 3,30).
Busquemos a Deus não por necessidades emocionais, desencontros
existenciais, falta de opções ou porque Ele é importante para nossas vidas.
Procuremos a Deus e o adoremos unicamente em atenção a Ele (Sl 94). O
importante não
é que Deus seja válido para nós, mas que em Deus encontremos a revelação de
tudo o que é verdadeiramente valioso, o norte da nossa existência. Temos a
constante necessidade de criar em nossas
vidas espaços vazios para Ele e o mistério de sua presença – o cultivo da
interioridade, pela ação do Espírito Santo em nós, é o melhor caminho!
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